domingo, julho 31, 2005

P'la mão de Rodrigo

P'la mão de Rodrigo regresso à palavra ao povo que fundei, 862 anos atrás... A minha adolescência conturbada e os conflitos familiares levaram-me a bater com a porta aos "nuestros hermanos" e ei-los que, mesmo depois de uma expulsão, em 1640, estão cá mais que nunca...

Será isto bom ou mau?

Pois, meus compatriotas, desculpem-me o disparate que fiz em vos (nos) dar independência... é um erro do qual me penitêncio e que me conduziu à tortura eterna!

Tempos houve em que me rejubilei com as conquistas e com o grande povo que pareceria que viriamos a ser... mas foram apenas ilusões... pombos correios que abrimos as portas do mundo (do novo) e, no final de contas, não ficámos com nada...

Teria sido, ainda assim, o meu esforço merecido se, porventura, hoje e sempre o Estado da Nação não fosse aquele que é (e bem assim do mundo, em geral)... mas, meus compatriotas, isto vai de mal a pior e não pensem em optimismos vãos, vendidos num qualquer hipermercado das ilusões!!!...

30 anos de "liberdade" contra um Estado Novo fascizante, para uma democracia decrépita e decadente, em que o poder autista (porque maioritário) se contorce em tentativas sucessivas, mas transparentes (porque descaradas), de agradar a todos os "boys" e trupes que lhe deram durante meses a fio bacalhau com natas, lombo de porco e vinho da região demarcada?!?

E, vós - povo infame - ficais quieto, fazendo anedotas com coisas tão sérias como aquelas que afectam o vosso dia-a-dia?!? Comentais, entre murmúrios e conversas de circunstância, a desgraça em que caístes, mas sempre colocando-vos à margem da capacidade de intervir?!?

Pois bem: eu vos desafio, para, em conjunto e pela voz (escrita) de Rodrigo, delinearem um Plano de acção (com ou sem revolução...) para um Novo Mundo. Rodrigo irá ensaiar, com base em saber acumulado durante mais de oitocentos séculos, sobre o Estado do Novo Milénio e o rumo das Civilizações. Os "Tugas" - renascidos na beira mar (porque aí dizem que morreram em 2004...) - levantarão suas bandeiras e - querendo - poderão liderar num Novo Mundo.

Como? Pensando e agindo colectivamente, colocando em prática o Plano.

Por Portugal, pelos Portugueses, vamos rumar ao futuro e abandonar - o mais rapidamente - este Estado de Direito, que perde a cada dia que passa, a legitimidade para agir em nome de quem já não representa.

"As armas e os barões assinalados
Que, da Ocidental praia Lusitana,
Por mares nunca dantes navegados
Passaram além da Taprobana,
Em perigos e guerras esforçados
Mais do que prometia a força humana,
E entre gente remota edificaram
Novo Reino, que tanto sublimaram;

E também as memórias gloriosas
Daqueles reis que foram dilatando
A Fé, o Império, e as terras viciosas
De África e de Ásia andaram devastando,
E aqueles que por obras valorosas
Se vão da lei da Morte Libertando:
Cantando espalharei por toda a parte,
Se a tanto me ajudar o engenho e a arte."
L.V.C.

Vamos a isto, por Portugal!